O
que você prefere: ser um sucesso em algo que odeia ou um fracasso em algo que
ama? Essa tem sido uma pergunta cada vez mais freqüente no ambiente de
trabalho. Muita gente está em cargos e funções que, se pudesse realmente
escolher, não estaria. Mas como precisam de dinheiro e da segurança, ficam
lá.
Pergunta: que tipo de
resultado será que teremos numa empresa onde a maioria das pessoas não ama
realmente o que faz?
Todo mundo concorda
que as empresas vencedoras precisam de pessoas que vistam a camisa e estejam
realizadas no trabalho. Este não é um novo conceito. Mas é uma das regras mais
desrespeitadas do mundo corporativo. Existem milhares de pessoas inteligentes,
com habilidades e talentos completamente desperdiçados pela falta de motivação.
Andam com o freio de mão puxado, inseguras de sua posição no mundo, sem
contribuir nem produzir nem 25% do que seriam capazes.
Acho que as pessoas
já começam na carreira muitas vezes de forma errada. As empresas estão
acostumadas a pensar em termos de oportunidades. Na nossa vida pessoal, temos
que começar a pensar diferente: “O que quero fazer da minha vida?”. Citando
Eduardo Galeano, somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos
para mudar o que somos.
Vejo muita gente
falando de planejamento de carreira. Pessoalmente, acho isso uma tremenda
bobagem, pois resulta numa vida quadradinha, cartesiana. Acho que foi Helen
Keller quem disse “Evitar o perigo não é mais seguro do que viver exposto a
ele. A vida é uma grande aventura, ou então não é nada”.
Essas pessoas podem
até conseguir o sucesso financeiro e social, mas é tudo fachada. Por dentro
estão destruídas, consumidas internamente por um sentimento que insiste em
fustigá-las sem trégua. É a dúvida mais atroz que existe: se teoricamente tenho
tudo para ser feliz, porque não sou?
Felizmente existe uma
saída. Ao invés de se concentrar no que virá depois, concentre-se no que é mais
importante. Como disse certa vez um sábio, preocupe-se mais com o seu caráter
do que com sua reputação, porque sua reputação é o que os outros pensam de
você, e o seu caráter é quem você realmente é.
Na verdade, o
trabalho certo para você deveria ser mais parecido com a vida de verdade: às
vezes divertido, às vezes agitado, muitas vezes frustrante. Você sabe que encontrou
algo que realmente ama quando as contrariedades parecem superficiais e fáceis
de contornar. São pequenos obstáculos, que você usa como degraus para o
sucesso.
Ainda temos o
conceito errado de que todo trabalho deve ser desafiador, divertido, revigorante.
Todos os dias! Como se isso fosse realmente possível. Mesmo estrelas de rock
ficam cansadas de apresentar-se todas as noites para milhares de pessoas. As
pessoas que realmente amam seu trabalho raramente falam de como ele é
emocionante ou desafiador. Usam termos mais profundos: significado, sensação de
bem-estar, realização. Para as pessoas que amam o que fazem, trabalho e vida
pessoal estão irremediavelmente juntos, não existe uma coisa sem a outra. É
tudo uma vida apenas. Como disse Goethe: “A pessoa que nasceu com um talento
que estava destinado a usar encontra sua maior felicidade ao usá-lo”.
Estamos escrevendo
todos os dias a história da nossa própria vida. Não é uma história de
conquistas, mas sim de descobertas. Através de erros e acertos descobrimos qual
a verdadeira contribuição que podemos dar ao mundo. Assim, descobrimos que o
que no começo parece um grande salto audacioso é apenas um pequeno passo em
relação ao futuro.
Então da próxima vez
que for aceitar um desafio, não pergunte ‘o que vou fazer?’, mas sim ‘em que
tipo de pessoa vou me transformar?’. Porque só existe uma opção: ou você ama o
que faz, ou não ama. Ponto final.
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