Muitos
fatores podem influenciar uma pessoa na hora de optar pela abertura de um
negócio. Por isso mesmo, é preciso muita reflexão para não errar na escolha.
A decisão de ser o
próprio patrão não ocorre por acaso nem por um passe de mágica. É fruto de uma
cadeia de acontecimentos que mexem com aspectos pessoais e profissionais de um
indivíduo. Para a consultora de empresas Dulce Magalhães, abrir uma empresa está
no inconsciente coletivo das pessoas. Assim, muitos são levados a empreender
não por um desejo próprio, mas porque são
impulsionados para
isso.
O professor Rogério
Chèr, autor do livro Meu Próprio Negócio, afirma que muitos “empreendedores”
abrem seus negócios por motivações incorretas. “Em primeiro lugar, além do
status de ser empresário e seu próprio patrão, dono do próprio nariz, muitos
acreditam que terão maior liberdade, que serão donos dos seus horários. A
experiência indica algo bem diferente. O empreendedor iniciante trabalha muito
– às vezes até aos fins de semana – e sem ganhar hora extra”, explica Chèr.
Outro problema,
segundo o professor, é abrir o negócio em função exclusivamente de dominar uma
técnica. “O sujeito pensa: ‘Sei fabricar esse produto, ou sei prestar esse
serviço. Então vou abrir uma empresa para comercializá-los’. A premissa nesse
caso é a seguinte: ‘Ao conhecer como se faz esse produto e como se presta esse
serviço, automaticamente sei como se opera um negócio que comercializa tanto o
produto quanto o serviço’. Engano. A pergunta que fatalmente deixa de ser feita
nesses casos é: ‘Existe alguém lá fora interessado nisso?’”, ensina.
O professor Fernando
Dolabela, um dos grandes nomes do ensino do empreendedorismo no Brasil, afirma
que existem empreendedores voluntários e involuntários. “Para estes últimos as
portas dos empregos estiveram fechadas por vários motivos, principalmente
porque não tiveram acesso à educação de alto nível”, analisa. “Os
empreendedores voluntários, minoria entre nós, não escondem
seus sonhos e passam
a vida tentando realizá-los”, completa.
Nesse sentido, há
várias motivações para que uma pessoa decida abrir seu próprio negócio. Mas por
qualquer motivo que seja, a decisão de ser o seu próprio patrão exige do futuro
empresário uma profunda reflexão. Afinal, a decisão modifica o presente e
projeta seu futuro. “Em geral, o empresário bem-sucedido guarda consigo a
convicção – ainda que inconscientemente formada – de que o maior inimigo a
temer é ele mesmo”, afirma o professor Rogério Chèr. “Abrir um negócio próprio
não é uma atividade restrita aos privilegiados pelo destino. O sucesso depende
de uma criteriosa auto-análise, de um plano de negócios, do conhecimento sobre
o segmento de mercado em que se pretende atuar, da
vontade e da atitude
perante oportunidades empreendedoras”, analisa.
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